abril 15, 2011

I'm alone (inicio)

Passou mais uma semana, cada vez as horas e os dias demoram mais a passar. Não consigo mais olhar para todas estas paredes, já cinzentas, envelhecidas pelo passar do tempo, com as cores batidas, na qual já nem sequer se distinguem as marcas que todos nós, quando éramos mais pequenos, fizemos para nos medirmos. Sinto-me cada vez mais sozinha, tendo em conta que, aos poucos, cada um se vai embora, encontra uma família que goste e cuide deles, não que não fique feliz por eles, mas eu continuo aqui e os meus amigos, todos eles, estão a partir. Começo, sinceramente, a achar que sou feia, antipática e que não mereço ninguém; sim, porque outro motivo iria eu ficar aqui, já durante 5 anos? Se fosse bonita e simpática, se merecesse algo melhor do que isto não estaria mais aqui não era? Estou errada? Estou farta desta ausência de cor, desta falta que certas pessoas á me fazem. Tenho 15 anos e tenho passado de orfanato em orfanato, de família de acolhimento em família de acolhimento, cheguei aqui á cinco anos e já perdi o contacto com toda a gente que conheci aqui, já todos foram levados menos eu. Somos mais de mil aqui, mas pensei que, por esta altura, já tivesse sido a minha vez. Todas as noites que não consigo dormir cedo, sento-me no parapeito da janela olho para a estrela mais brilhante que encontrar e peço sempre o mesmo: que alguém me encontre, chegue aqui e me veja e tenha bondade o suficiente de me levar. Estou a perder os ditos “melhores anos da vida de uma pessoa” presa dentro de quatro paredes sem vida, sem cor e sem qualquer brilho. De manhã, quando o brilho do sol entra pelas cortinas amarelas - venha-se desde já a dizer que aquele amarelo morto deprime qualquer pessoa – dirijo-me, novamente, ao parapeito da janela e espreito para o terraço e para o grande jardim, onde já são poucas as flores que resplandecem e vejo um amigo meu, um recém-nascido ou uma criança entre os 5 e os 8 anos a ser levada pela mão por uma família com ar de ser uma família preocupada, que lhe dará carinho e amor. Penso sempre o mesmo “então e eu?”. Sou a mais velha aqui e já falei, uma ou outra vez, com as encarregadas do orfanato sobre isto. Elas dizem todas que sou uma criança adorável, que há-de chegar o dia; eu acho tudo isso uma grande treta, não tenho ninguém da minha idade aqui, para passar comigo os dias e com quem falar, sei bem que, se até agora ninguém me veio buscar, não deve vir. Eu apenas me concentro no colégio; sim, tenho aulas. Como sou a mais velha o orfanato arranjou maneira de eu ir ao colégio ter aulas, sou das melhores da turma e talvez por isso ninguém goste de mim, não sei. Sinto-me a cada dia mais sozinha aqui, já mal sei o que significa estabelecer uma relação com qualquer pessoa. Já é tarde e tenho de ir dormir, faço agora de ti, meu caderninho o meu melhor amigo, só a estas páginas em branco sinto que posso confiar os meus pensamentos.
Marrie!


[inventado]




24 comentários:

  1. muito obrigadaaa :) mas desta vez, está fraquinho :s...

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  2. gosto muito do texto*
    e adoro a música (:

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  3. Nasceste para escrever estas histórias, amei *-*

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  4. ó nós já sabemos que sempre que há férias é assim -.-

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  5. E está linda, tens mesmo jeito acredita :$
    a música é linda, há imenso tempo que não a ouvia (: também sigo *

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  6. Obrigada! :D Ainda bem que gostaste! :D Estou a gostar desta nova história! beijinho

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  7. fazes bem, está mesmo a ficar bonito e interessante de se ler!

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  8. nós também estamos em primeiro, acho eu ahah :)

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  9. Obrigada :)
    Estou a gostar da nova história e amo a musica *.*

    Lil

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