maio 18, 2011

Last beat of the heart - parte II

[Mensagem de Martim para Mafalda]
«Desculpa-me, meu amor. Talvez não te devesse tratar com tal afinidade, depois de tantos erros. Não nos classifico a nós, à relação que tivemos, como um erro nada disso. Apenas classifico como erro as tais atitudes, cobardes, que eu tive perante tudo o que aconteceu. Sempre soubeste do modo como andavam as coisas cá em casa e que não tem sido fácil, mas eu fui um idiota por não ter separado isso daquilo que nós tínhamos  acabei por te afastar e não te impedir de te ires embora. Não tenho muito para te dizer, não ainda, apenas que me arrependo profundamente de não te ter impedido de ir embora, de te ter mandado embora. Digo-te mais, arrependo-me de não te ter dado o devido valor, de não ter conseguido fazer de ti a rapariga mais feliz do mundo. E sabes? Durante este ultimo mês lutei, incessantemente, contra a vontade de te mandar mensagem. de todas as vezes que alguma coisa acontecia e me deitava abaixo eu sentia a falta dos teus braços para me amparar a queda, para me erguer de novo e me mostrar o caminho a seguir. Eu amo-te, sempre te amei, desculpa ter-te feito sofrer, não queria. Minha princesa, se algum dia quiseres voltar atrás estarei aqui para te receber.»


Mafalda não sabia o que fazer perante tal mensagem, no último mês tinha tentado evitar tudo o que a lembrasse dele, não queria nada que lhe recordasse da sua presença e agora, sem mais nem menos, depois de todas as suas tentativas falhadas de conseguir alguma resposta dele, algum sentimento demonstrado, ele começa com isso? Nada disto lhe fazia sentido na sua cabeça e ela não conseguia perceber porque estaria isso a acontecer. Deu por si agarrada ao telemóvel a chorar, lágrimas frias, inquebráveis, que lhe lavavam a cara e lhe inundavam a almofada que se encontrava sob as suas pernas. Rápida mente passou as costas da mão pelos olhos para tentar parar aquele rio de lágrimas que teimava em cair. Acabou por se levantar, vestir um casaco, não muito quente, dirigir-se à varanda do seu quarto e deitar-se na esperguiçadeira. O clima estava ameno e o céu encontrava-se estrelado, tão estrelado como ela nunca tinha visto, meteu o som do mp3 no máximo e deixou-se ficar ali, a contemplar as estrelas, acabou por se decidir a mandar-lhe uma mensagem.

[Mensagem de Mafalda para Martim]
«Martim, amanhã precisamos de falar. Espero por ti, antes das aulas começarem, debaixo do grande carvalho do jardim, tu sabes qual. Até amanhã, tem uma boa noite.»

Ela sabia que, por muito mais que se afastassem, algo a remetia na direcção dele e vice-versa. Acabou por adormecer, na varanda, esperando pelo amanhecer. Assim que o sol começou a surgir ela acordou, dirigiu-se à casa de banho e tomou um curto banho, vestiu-se apressadamente, tomou o pequeno almoço, agarrou na sua bolsa e nos livros e dirigiu-se à escola. Chegando lá, verificou que ainda era cedo mas, debaixo da grande árvore, já se encontrava Martim, à sua espera.

[inventado]

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