outubro 30, 2011

Gritos mudos

E existe uma rapariga que, algures, chora à chuva para que as pessoas não vejam as suas lágrimas, que se cansou de ser fraca e tenta sempre estar por cima da situação, mostrando-se forte, mas que chora no quarto, à noite, sozinha. Que não quer que os pais a ouçam enquanto está no quarto para poder libertar as mágoas que a destroem por dentro, sem os preocupar, que não se quer deixar ir abaixo e que então ignora tudo o que dizem dela, fingindo ignorar aquilo com o qual se importa mais. Que finge que não se passa nada, quando se passa tudo. Que deixa os seus longos devaneios falarem por si, sem precisarem de meias palavras ou de interpretações. E, quantas de nós, não é essa rapariga? Essa que, agora, depois de magoada e de errar, vezes e vezes sem conta, se esconde do mundo?

2 comentários:

  1. Eu já fui essa rapariga... Já não o sou. Quando se passa algo eu faço questão de fazer algo para que isso mude. Não se fechem no vosso próprio mundo... Isso cria infelicidade :)
    Beijinhos, e apareçam no meu blog ;)

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  2. está tão lindo e triste ao mesmo tempo, mas eu percebo o que tu sentes, podes crer que sim.
    força, muita força *

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