agosto 23, 2011

Endless love



Passados dez anos, Raquel, encontrou na sua gaveta uma carta a qual remetia para Agosto de 98. Com uma lágrima no rosto e uma dor no coração recordou o autor da mesma, André.
Com o coração a transbordar de saudade mal contida decidiu abri-la; dentro desta encontrava-se um papel um pouco esborratado e com algumas palavras meio sumidas de firme tinta azul.
"Raquel, escrevo-te para me despedir de ti, parto hoje mesmo para Nova York. Ambos sabíamos que esta partida era inevitável mas eu, como sempre, pouco adepto de despedidas não tive coragem de te segurar a mão e dizer que queria o melhor para ti, que fosses feliz - mesmo que não fosse comigo - assim como que te amava e beijar-te docemente a face antes de embarcar. Não corras em direcção ao aeroporto, quando receberes esta carta já terei partido, não suportaria ver-te chorar e, quando a tomei, esta decisão pareceu-me a menos dolorosa mas, agora, já não tenho certezas disso. Não me vou alongar mais; o meu pensamento, assim como o meu coração estarão contigo, a todo o momento, do outro lado do oceano."

- Passaram dez anos e ainda derramo lágrimas por ti, querido André!

Nesse momento, Raquel, houve alguém tocar à campainha e dirige-se vagarosamente à porta, constatando que, quem incessávelmente fazia soar a campainha, era o carteiro.

- Aqui tem. Tenha uma boa tarde. - Disse-lhe, entregando-lhe uma carta.
- Obrigada e igualmente. - Sorriu-lhe.

Esta carta, com a mesma caligrafia inconfundível datava Junho de 2008, viera de Nova York dando assim a Raquel uma certa urgência em lê-la.
"Querida Raquel, o meu coração ainda clama o teu nome, batendo incompassadamente sempre que recordo o teu nome, passados dez anos. Espero que tenhas tido uma vida feliz, até agora. Escrevo-te para te dizer que volto a Portugal dia 20, chegando mais ou menos ás 18horas. Não sei quando receberás esta carta, mas o meu coração anseia por te ver, sem ser nas ilusões que as tuas memórias lhe causam.
André"

- Dia 20? Mas isso é hoje! - Reconheceu, em choque - Faltam 30 minutos para as 18, se sair já ainda chego a tempo.

Agarrou nas chaves do carro e na mala e dirigiu-se ao aeroporto. Demorou apenas 20 minutos e, apressadamente, dirigiu-se ao balcão perguntando pelo voo que deveria chegar de Nova York pelas 18 horas da tarde. Após saber que o avião deveria chegar precisamente a essa hora dedicou-se a uma desgastante espera.

- Chegada do voo proveniente de Nova York. - ouviu anunciar.

Levantou-se, apressadamente, dirigindo-se ao local do desembarque, receando não o reconhecer, mas coração que ama não se engana e reconheceu-o de imediato, tendo sido ele dos primeiros a desembarcar.

- Não mudas-te nada, querido André! - Disse-lhe, pousando-lhe a mão no ombro.
- Nem tu, querida Raquel. - Disse, surpreendido.

Perderam-se nos braços um do outro até que André quebra o silêncio:
- Nunca te esqueci, mesmo do outro lado do oceano.

8 comentários:

  1. desculpa querida, isto é uma história que já tinhas começado?

    ResponderEliminar
  2. pois, e eu também, e quando leio romances é que tudo vem ao de cima, penso ainda mais em cenas tristes da minha vida amorosa, é mesmo deprimente xd

    ResponderEliminar
  3. eu também o faço com as músicas, mas nos romances é pior, porque desejamos sempre ter um romance como o que estamos a ler, é triste xd

    ResponderEliminar