abril 10, 2011

Carta de Despedida VI

Martim fizera logo todos os preparativos, fora à cave buscar as "mochilas" - que eram mais parecidas com sacos do que com outra coisa - e arrumara o principal, deixando as coisas das quais necessitava para uso diário, fizera uma cópia da chave para Gonçalo o qual já lhe tinha dito que iria lá de vez em quando ver as coisas e entregara-lhe. Passado uma semana recebera a carta a dizer-lhe que, daí a dois dias, tinha de se apresentar no quartel, mas que não iria ficar no da cidade iria, num autocarro militar, para o outro lado do país.
Chegado o dia, Martim mandara uma mensagem a Gonçalo a dizer para ir lá a casa mas para utilizar a chave para entrar. Gonçalo estranhara um pouco, mas fora lá de imediato. Gonçalo colocou a chave, totalmente nova e que ainda não fora usada, na fechadura, rodou-a e, dando um toque ao de leve na porta, empurrou-a abrindo-a.
Gonçalo: Martim?
A casa encontrava-se deserta e este não estava bem a compreender o que se passava. Avançou em direcção ao quarto de Martim, olhando para a secretária creme sob a qual se encontrava um envelope que dizia em letras grandes e bem desenhadas «Gonçalo».
Abriu-a devagar, como se receasse o que estava escrito e leu-a em voz alta, como se o estivesse a fazer para mais alguém e não apenas para ele:
«Gonçalo, foste um amigo espectacular, mais que isso, foste o irmão que sempre desejei ter e nunca tive. Primeiro de tudo tenho de te agradecer por tudo o que fizeste por mim, por tudo o que me ensinaste e por todas as vezes que estiveste do meu lado para me fazer ver a razão. Estou-te grato por isso e muito mais, mas sei que tu o sabes. Em segundo lugar quero-te pedir desculpa por não te ter dito antes que já me mandaram a carta para me apresentar no quartel e por não me ter despedido de ti. Eu juro que tentei fazê-lo, mas não iria conseguir dizer-te "adeus". Nunca tive segredos para contigo, nunca precisei de os ter, a ti sempre pude dizer tudo, sendo assim vou-te dizer que não tenho a certeza disto, sei que disse que tinha, mas tenho medo da guerra e sabes porquê? Porque desconheço o que ela é. Toda a gente fala de guerra como se soubesse perfeitamente o que isso é, mas ninguém sabe. Sendo assim tenho medo, medo do que não conheço, medo que não possa voltar e, mais ainda, medo que morra e não a volte a ver. Sim, se morrer só haverá uma coisa de bom, voltar a encontrar-me com ela, se isso não acontecer aí sim, tudo terá sido uma perda de tempo, energia e de vida. Desculpa por não te ter ouvido antes, mas agora é tarde para voltar atrás; alias, mesmo sabendo que não estou certo disto sei que o quero. Talvez mais cedo do que esperamos estarei com ela. Prometo que farei os possíveis e os impossíveis para voltar. Não me posso prolongar muito mais, estão a minha espera daqui a meia hora. Ah, é verdade, eu depois entro em contacto contigo, duvido que possa andar com telemóveis e tu, também deves saber, que não o devo poder fazer. Fica bem e cuida de ti irmão. Até um dia, eu contacto-te depressa. Vou dar sentido a minha vida, pelo menos disso posso-me orgulhar.»

[inventado]

29 comentários:

  1. Que estás a achar realmente? =$
    E muito obrigada.

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  2. arrepiei-me ao ler e uma lágrima caiu :$
    está lindo, quero ler mais ..

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  3. acho que deves continuar querida (:

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  4. Oh obrigada :') Está lindo, adorei!

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  5. esta linda a história, até me emocionei $:
    continua :b

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  6. já gosto de ti so por aquele comentario! muito bom mesmo!!! és muito culta!

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  7. Muito, muito obrigada Rita :)
    Agora com as férias não sei como é que vamos fazer, mas espero poder continuar a história !

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  8. sou como tu :)
    toda a gente diz que sou super culta

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  9. não tens de agradecer (: obrigada e também vou seguir (:

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  10. já te sigo fofinha. adoro o teu blog! :) *

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  11. no CD Fiães, Santa Maria da Feira. jogo contra o espinho, arcozelo,..

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  12. o teu equipamento é cor-de-rosa? epaa, eu nunca jogo contra esses. és de que escalão? :o

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  13. Tá lindoooo :o
    podes-me dizer como se chama a musica ?

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