abril 07, 2011

Carta de Despedida IV

Martim atende o telefone ...
Gonçalo: Martim ...?
Martim: Sim Gonçalo? Diz ...
Gonçalo: Que se passa? Não apareces na escola já à algumas semanas, estou farto de te ligar e o teu telemóvel esta sempre desligado, quando vou a tua casa nunca estás, quando ligo para tua casa não atendes nem ligas de volta. Isto não é teu ...
Martim: Não tenho tido vontade de nada, não quero ver pessoas ... Não quero nada nem ninguém ..! - A sua voz suava triste ..
Gonçalo: Então é verdade? - perguntou escandalizado - Aquilo da Matil...
Martim: Cala-te, cala-te por favor. Eu não .. Eu não queria ...
Gonçalo: Martim? Estás bem? Estás a chorar?
Martim: Olha ... Qualquer coisa podes passar cá em casa .. Até logo então Gonçalo.
«Click» - Ouviu-se então o som do telefone a desligar-se. Gonçalo, preocupado e que não entendera grande coisas da pequena conversa que tinham tido, rapidamente se dirigiu a casa de Martim. O qual o conduziu até ao quarto, assim que abriu a porta. Sentaram-se ambos na cama e Martim contou a Gonçalo tudo o que acontecera.
Gonçalo: Eu sei que não consigo perceber como te sentes, porque nunca passei por nada assim. Mas, na minha opinião, devias de fazer o que ela te pediu: Tentar seguir com a tua vida. Como achas que ela iria ficar se soubesse que não estavas a cumprir o pedido dela? Ela matou-se por te amar e se tua a amas deves honrar a sua memória!
Martim não dizia nada, apenas ouvira; ouvia tudo o que Gonçalo lhe dizia. Sempre tinha sido assim, quando acontecia qualquer coisa, Gonçalo ia a casa de Martim, dava-lhe um "sermão" e dizia-lhe o que, na sua opinião deveria fazer ...
Gonçalo: E quanto a matares-te nem sei que diga. Onde tinhas tu a cabeça Martim?
Martim: Nela ...
Gonçalo: Deixa-me acabar de falar se faz favor. Como é que te pode ter passado uma coisa dessas pela cabeça? Alguma vez pensaste nas consequências? Imagina que, mais alguém, tinha a infeliz ideia de fazer o mesmo, ias tornar isto num ciclo Martim. As coisas não se resolvem assim, e tu sabes bem disso.
Martim: Eu não sei o que fazer Gonçalo. Apenas sei que tenho de me ir embora daqui, pelo menos por uns tempos. Vou fazer as malas, vou-me embora. Preciso de sair daqui!
Gonçalo: E tencionas ir para onde?

[inventado]

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