março 14, 2011

(Ir)remediável (parte II)

[Casa da Margarida, dia 3, manhã]
Acordei de repente, saltei da cama e olhei para o relógio. Constatei que estava atrasada. Com tanta pressa nem me tinha apercebido do que se passava à minha volta. Exaltada, ainda pensava que tudo o que se tinha passado tinha sido um pesadelo, mas a verdade é que eu sabia que não era. Gostava que tudo parasse no tempo, tudo; que as pessoas não se mexessem, que o tempo não passasse, que nada nem ninguém mudasse, para que eu pudesse superar tudo isto sozinha e para, em tempo real, ser tudo mais rápido. Mas tinha consciência que tudo isso era descabido. 
Pensava em como estaria o John, era estúpido eu sei, mas queria saber o porquê de tudo aquilo. Tinha sido tudo tão repentino, nada fazia sentido. Estava mais confusa que nunca mas, por estranho que pareça, não me preocupava comigo. Voltei a olhar para o relógio e reparei que, estava ainda mais atrasada, tive que me despachar a pressa e dirigir-me à escola. 


[Escola, dia 3]
A meio do caminho tinha me lembrado que ia ter de o ver, o dia inteiro, este e todos os outros; por um lado agradava-me a ideia, pois eu gostava tanto dele que só a presença dele me confortava; por outro lado só de pensar que o ia ver e não lhe podia quase falar e isso custava-me mais que tudo.
Entrei na sala e, dei por mim, a desviar o olhar de toda a gente, não conseguia olhar ninguém na cara. Sentei-me na minha cadeira, sozinha. Vi-o entrar na sala, olhar para mim, baixar a cara e dirigir-se para o fundo da sala. As horas pareciam teimar em não passar, como se o tempo me quisesse por a prova, parecia que me queriam obrigar a passar por aquilo. Nunca tinha desejado tanto que as aulas acabassem de vez. Mas, felizmente, tinha tarde livre e, quando a campainha tocou, por volta da uma da tarde, agarrei na minha mochila e dirigi-me, a correr, para casa.




[Casa do John, dia 3, tarde]
«Sou um estúpido! Porque fiz eu aquilo? Já não consigo sequer pensar, que a única coisa que me vem à cabeça é ela. Tenho de sair daqui!» Pensava John, ao entrar em casa. Sentia que tinha deitado tudo a perder ao acabar com ela e, agora, pensava em tudo o que tinha feito e na pessoa maravilhosa que tinha deixado escapar, ir embora. Agarrei no telemóvel, meti-o em privado e marquei o número da Margarida. Liguei-lhe e, mal ela disse «estou», perdi toda a coragem e desliguei. 
«Sou um cobarde» 


[Casa da Margarida, dia 3, noite]
Sentia-me um bocado infantil por não ir falar com ele, dizer tudo o que pensava e exigir explicações, mas não conseguia e isso, ainda me custava mais. Ter tantas perguntas e não conseguir formulá-las, ter tão poucas respostas, sentir-me tão vazia. Ele fazia-me uma falta enorme. Deitei-me na cama e, rapidamente, adormeci


[Escola, dia 4]
Não conseguia pensar em outra coisa, tinha-lhe escrito uma carta/bilhetinho, achava isto tudo bastante infantil até, mas não conseguia de outra maneira. O conteúdo do mesmo eram apenas algumas frases simples ..
«Não percebo o porquê de tudo isto, eras tudo para mim. Foste um cobarde, mas a verdade é que, mesmo assim, o meu coração é teu. Não te esqueça que não fui eu que quis ir embora, mas que foste tu quem me obrigou a partir. Eu amo-te, como sempre amei. Antes tua, Margarida»



[inventado]





11 comentários:

  1. Juro-te que mereces todos os elogios, esta história é um mimo *-*

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  2. também tu querida ..
    QUE LIIINDO *-*

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  3. de nada meu amor , está mesmo perfeita (:

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  4. desculpa amor, agora não tenho tido tempo para nada... tive hoje teste intermédio de história com a matéria do 7º, 8º e 9º. sabes, parece que, quando acabei o teste, me tiraram um peso de cima! apesar de não termos falado muito nos últimos tempos, amo-te sempre, nunca te esqueças <3

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  5. Muito obrigada querida :) Gostas de Nicholas Sparks ?

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