fevereiro 25, 2011

Uma carta, um amor .. parte 6


Eram 6:00h da manhã e eu já tinha acordado, dava voltas na cama e não conseguia adormecer, só pensava no Filipe, pensava em como poderia ele ter feito tudo isto, ou melhor, porque estaria ele a fazer tudo isto .. Não tinha respostas para estar perguntas e cada vez mais me deixava afundar numa solidão enorme.
Levantei-me e fui a porta, que estupidez a minha, porque iria alguém, aquela hora, deixar-me o que quer que fosse a porta, voltei para o quarto e deitei-me na cama. Não sei por volta de que horas, mas consegui voltar a adormecer. Eram 10:00h e fui acordada pela campainha. Levantei-me e vi que, da primeira vez que tinha acordado me tinha vestido e que tinha adormecido com a roupa vestida. Fui rapidamente na direcção da porta e agarrei um envelope que dizia “Carta 6”.
Abri-a e lá dentro estava uma venda e uma folha, em forma de coração, e esta dizia «Quando forem 16:00h, dirige-te ao parque, á casa dos barcos e antes de entrares, põe a venda. Vai tudo acabar em breve.» Estranhei tudo isto, muito mesmo mas, uma parte de mim, estava demasiado curiosa para não o fazer. Estava impaciente e, por momentos, tinha esquecido Filipe. Quem me queria martirizar tanto, que me deixasse uma carta a dizer para estar num sitio faltando ainda 6h? Que desassossego, que inquietação…

Passava pouco das 15:00h, decidi mudar de roupa, vestir uma coisa leve, vesti um vestido simples, calcei umas sandálias e dirigi-me até ao parque, quando lá cheguei eram 15:40h, dirigi-me a casa do lago e olhei para a venda que trazia na mão. Será que a deva pôr? Enfrentei o medo do desconhecido, coloquei a venda e bati, ao de leve, na porta. Tudo isto era surreal.
Senti uma presença, esta não disse nada, agarrou-me gentilmente a mão, abriu a porta e levou-me lá para dentro, sentou-me numa cama e disse «Desculpa-me princesa, eu tinha mandado a primeira carta para ver como reagias, não ia fazer nada de complexo, mas depois, depois fiquei com a ideia que não me querias, eu ia-me embora, fugir de tudo até que recebi a tua mensagem. Perdoa-me por te ter feito sofrer, por te ter magoado, eu amo-te mais que tudo na vida.»
Surpreendida, perguntei: -Filipe?
Ele respondeu que sim e beijou-me, beijou-me até ambos ficarmos sem folgo. Gentilmente tirou-me a venda e, olhei em redor, estava tudo lindo. Estávamos sentados numa cama larga e fofa, a casa encontrava-se cheia de velas, parecia um sonho, não sei como descrever o lugar e muito menos o que senti, ali com ele, mas foi tudo tão único.
Olhei para ele, apenas disse «Eu amo-te mais que tudo, desculpa por não ter percebido mais cedo.» Agarrei na mão dele, calcei as sandálias, que outrora havia descalçado, e levei-o até ao lago, percorremos tudo de mão dada, já tinha passado tanto tempo e sentamo-nos, olhando o céu estrelado, nem sabia que já tinham passado tantas horas.
Filipe: - Toma.
Mariana: -O que é isso?
Filipe: - Lê, é uma última carta…
Mariana: -Não eram apenas 6?
Filipe: - Sim era suposto… Vá, abre.
Abri a carta, lá dentro encontrava-se um papel com a frase «Nunca te vou deixar, prometo. Aconteça o que acontecer vou estar aqui.» E, no outro lado dizia «AMO-TE». Dei-lhe um beijo e deixamo-nos ficar ali, os dois … E aí eu soube, soube que iríamos estar, sempre assim, sempre os dois e também sabia que o amava, como nunca tinha amado ninguém.

-FIM-
(inventado)

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