fevereiro 25, 2012

(1) vazio


«Eu sei que sou estanho e que os meus pensamentos são destrutivos e que são mesmo um pouco contra-natura, mas não consigo evitar de me sentir assim. Sei que não é algo bom mas quando a lâmina atinge a pele a dor liberta substâncias químicas, as quais me conseguem aliviar. E hoje, vejo a possa de sangue aumentar cada vez mais, mas não estou preocupado em estanca-la, será isso errado? Deveria eu lutar pela minha sobrevivência? Ir a correr buscar uma toalha para fazer um garrote e estancar a ferida? Sinto que fazê-lo é contra a minha natureza e por isso estou a deixar-me ir, pois sei que não é justo, mas não consigo mais suportar todo este vazio interior. Agora, sentado na cadeira, apenas ouço alguém a bater à porta e a tentar entrar enquanto que tudo fica negro»
(...)
«Acordei agora, não sei quanto tempo passou e não consigo pensar ainda com clareza. Encontro os meus braços rodeados por ligaduras e sinto-me preso. Abro os olhos e a luz dá-me uma cegueira temporária, consigo aperceber-me que me encontro preso a uma cama de hospital, ligado a máquinas e vejo a minha pequena irmã, sentada numa cadeira junto a mim a dormir, tão serena, que até parece que tudo está bem. Eu acho que não fiz nada de errado, mas sinto um pouco de culpa»
- Continua?

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