maio 23, 2011

Last beat of the heart - parte IV

- Mas pergunto-te eu agora Martim, lembraste-te disso tudo quando fizeste o que fizeste? Quando cagas-te em mim, quando não te importavas sequer se eu passava por ti e me ignoravas? Quando acabas-te para no dia a seguir já estares a dizer que eu era importante e isto e aquilo? Quando mudaste de opinião sobre a nossa relação duas e três vezes? Lembraste-te disso?
- Mafalda eu ...
- Eu não quero ouvir mais nada Martim - disse, já com cruéis lágrimas a limparem-lhe a cara, voltou-lhe costas e começou a andar.
- Espera Mafalda - e, num passo apressado, rapidamente a agarrou no braço. - Tu é que me disseste para vir aqui, por isso agora ouve-me se faz favor.
- Fala
- Primeiro, eu sei que não devia ter feito aquilo, andava confuso. Sim, eu sei, devia ter falado contigo primeiro, explicado a situação, ter agido de outra forma. Não fui correcto. Sei que tu também tentaste, mais que uma vez, falar comigo. Mas por favor, perdoa-me, sei que errei, mas também sei outra coisa, se ainda estamos aqui hoje, neste sitio, a falar, é porque ainda gostamos um do outro, porque senão, nenhum de nós se encontraria aqui. Por favor, dá-me outra hipótese, para eu mostrar que ainda há uma oportunidade para o meu coração dar abrigo ao teu.
- Eu amo-te, juro que amo, mas eu  ...
Martim sem a deixar acabar beijou-a. Esperou uma má reacção da parte dela, que ela o afastasse, até mesmo que lhe batesse, mas não, apenas fora retribuído por outro beijo. Sentiram-se envoltos pelo mesmo ambiente quente e caloroso que sentiam antes, quando os seus corpos se tocavam, a sua respiração acelerava e os seus corações batiam em uníssono. Martim, levemente, agarrou nela e elevou-a puxando-a para si, sentindo a sua respiração fria no pescoço, algo que o fazia arrepiar; deitou-a no chão e, junto a ela, deitou-se também, envolvendo-a com o braço, num sinal de protecção. No fim apenas disse uma coisa, sussurrando-a ao seu ouvido
- Mafalda, eu amo-te, não te vou magoar mais

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